quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Drogas e Criminalidade em Cabo Verde

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Drogas são substancias estranhas que, em contato com o organismo pode causar alterações psicossomáticas e dependência, esta que é proporcional à tolerância,da quantidade consumida e frequência de que é utilizada. A humanidade, ao longo que se desenvolvia conseguiu se transformar em consumidor e produtor destas substâncias com diversos fins: político, religioso, econômico, cultural e social.

Para se ter uma ideia, há mais de quatro mil anos, os Sumérios da antiga Mesopotâmia faziam cultivo de papoula, e dela extraíam ópio. Citas da Europa Oriental inalavam maconha. Vinho e bebidas alcoólicas eram uma dádiva divina para os Egípcios, Gregos, Hebreus e Romanos. Na América do Sul, a folha de coca era considerada divina, e quando espanhóis utilizaram a coca, o cacto de peiote ou cogumelos, consideraram algo demoníaco. Além disso portugueses transportavam cânhamo para suas colonias, incluindo Cabo Verde.

Em Cabo Verde, a utilização de ervas para fins curativos, calmantes, afrodisíacos e de prazer, além do uso das especiarias do oriente na culinária, uso do tabaco e da aguardente são socialmente aceitáveis até os dias atuais. O uso de opiáceos, cocaína e maconha foram aceitos até o século XIX. Após a proibição, no inicio do século XX não houve aumento de criminalidade no país, somente após a independência a penetração da droga aumentou gradualmente atingindo tanto as camadas sociais mais altas quanto as mais baixas. Isso se deu por causa da inclusão do arquipélago na rota do tráfico de cocaína.

Cerca de 2,2 toneladas de cocaína são apreendidas anualmente no país e o aumento do uso da padjinha(como é conhecida a maconha em Cabo Verde) aumentou em 60% no país, chegando a proporções muito maiores que na década passada.

Mesmo com o aumento crescente de usuários e recomendações da ONU em relação a descriminalização das drogas, a justiça de Cabo Verde ainda prefere métodos clássicos, como aumentar a repressão aos consumidores dado a banalização do consumo de cannabis no país pela camada jovem, porém, a impunidade e a corrupção da polícia(assim como no Brasil) torna a guerra às drogas algo danoso para o país.

Aparentemente, ainda demorará para que ajam discussões válidas para mudar e melhorar o arquipélago em relação a conscientização de jovens em relação as drogas, vendo que a maior parte da população e políticos, além de ser profundamente católica, ainda apoia a repressão ao usuário, marginalizando-o, aumentando o crime e a violência. Como não há movimentos pró legalização das drogas ativos e influentes no país devido a repressão, talvez apenas em um futuro distante, tal assunto possa ser abertamente discutido no país.

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