Drogas
são substancias estranhas que, em contato com o organismo pode
causar alterações psicossomáticas e dependência, esta que é
proporcional à tolerância,da quantidade consumida e frequência de
que é utilizada. A humanidade, ao longo que se desenvolvia conseguiu
se transformar em consumidor e produtor destas substâncias com
diversos fins: político, religioso, econômico, cultural e social.
Para
se ter uma ideia, há mais de quatro mil anos, os Sumérios da antiga
Mesopotâmia faziam cultivo de papoula, e dela extraíam ópio. Citas
da Europa Oriental inalavam maconha. Vinho e bebidas alcoólicas eram
uma dádiva divina para os Egípcios, Gregos, Hebreus e Romanos. Na
América do Sul, a folha de coca era considerada divina, e quando
espanhóis utilizaram a coca, o cacto de peiote ou cogumelos,
consideraram algo demoníaco. Além disso portugueses transportavam
cânhamo para suas colonias, incluindo Cabo Verde.
Em
Cabo Verde, a utilização de ervas para fins curativos, calmantes,
afrodisíacos e de prazer, além do uso das especiarias do oriente na
culinária, uso do tabaco e da aguardente são socialmente aceitáveis
até os dias atuais. O uso de opiáceos, cocaína e maconha foram
aceitos até o século XIX. Após a proibição, no inicio do século
XX não houve aumento de criminalidade no país, somente após a
independência a penetração da droga aumentou gradualmente
atingindo tanto as camadas sociais mais altas quanto as mais baixas.
Isso se deu por causa da inclusão do arquipélago na rota do tráfico
de cocaína.
Cerca
de 2,2 toneladas de cocaína são apreendidas anualmente no país e o
aumento do uso da padjinha(como é conhecida a maconha em Cabo Verde)
aumentou em 60% no país, chegando a proporções muito maiores que
na década passada.
Mesmo
com o aumento crescente de usuários e recomendações da ONU em
relação a descriminalização das drogas, a justiça de Cabo Verde
ainda prefere métodos clássicos, como aumentar a repressão aos
consumidores dado a banalização do consumo de cannabis no país
pela camada jovem, porém, a impunidade e a corrupção da
polícia(assim como no Brasil) torna a guerra às drogas algo danoso
para o país.
Aparentemente,
ainda demorará para que ajam discussões válidas para mudar e
melhorar o arquipélago em relação a conscientização de jovens em
relação as drogas, vendo que a maior parte da população e
políticos, além de ser profundamente católica, ainda apoia a
repressão ao usuário, marginalizando-o, aumentando o crime e a
violência. Como não há movimentos pró legalização das drogas
ativos e influentes no país devido a repressão, talvez apenas em um
futuro distante, tal assunto possa ser abertamente discutido no país.
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