quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Não são só 20% - Não é por porcentagem, é por direitos

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      E é com essa chamada que brinca com a Revolta dos 20 Centavos ocorrida no Brasil ano passado que inicio esse post.
      É a um fato que Cabo Verde vem crescendo economicamente de forma considerável nessa década. O IDH, nos últimos 14 anos, aumentou em 0,63, indo de 0,573 a 0,636. No entanto, somado a esse crescimento, há um aumento nas porcentagens da quantidade de pobreza do país.
      Contudo o documento utilizado como base para a produção desse texto supõe que, com base em análises, que esse aumento pode ter sido ainda maior, pois os dados de 2001 já encontravam-se mal demarcados. Assim, o índice de desigualdade também aumenta. Esse aumento, ironicamente, traz uma queda. Ano passado, o arquipélago estava na posição 123, dos 187 países que constam no ranking. Esse ano, caiu para a 121º posição, por decair em 20%.
      O documento também apresenta os seguintes dados:

  • "a incidência da pobreza é maior quando o chefe de família é mulher;
  • a influência da educação na determinação da pobreza é significativa;
  • os chefes de agregados jovens são menos pobres;as ilhas de Santo Antão e Fogo (ilhas predominantemente agrícolas) apresentam a maior incidência de pobreza;
  • a pobreza aumenta com a dimensão da família;o desemprego ou o emprego precário afecta de forma bastante mais acentuada os pobres do que os não pobres;
  • é entre os trabalhadores não qualificados e os qualificados da agricultura e pescas que existe maior propensão para se ser pobre;
  • a agricultura e pescas são os sectores que mais contribuem para o número de pobres entre a população habitualmente empregada."



      Apesar de o governo estar criando estratégias para combater essa desigualdade, os próprios habitantes tomam algumas atitudes desesperadas para fugir dessa pobreza arrebatadora, sendo estes "emigração, o recurso ao trabalho nas FAIMO, o mercado informal, as remessas das famílias do exterior e a criação de associações de desenvolvimento comunitário."
      As políticas públicas adotadas abrangem todas as áreas, e possuem o apoio de diversas ONGS, dividindo os programas em alguns tópicos:
  • "Promover a boa governação, reforçando a sua eficácia e garantindo a sua equidade;
  • Promover a competitividade para favorecer o crescimento económico e a criação de empregos; 
  • Desenvolver e valorizar o capital humano;Melhorar e desenvolver as infra-estruturas básicas, promover o ordenamento do território e salvaguardar o ambiente;
  • Melhorar o sistema de proteção social, reforçar sua eficácia e garantir a sua sustentabilidade."
      É perceptível que o país conseguiu criar bons projetos, mas a prática ainda não foi muito longe. O documento estudado é de 2004, e visava grande melhora com as políticas públicas, todavia podemos ver que esta ainda não está presente. É verdade também que o país vem tendo ganhos significativos e possui um IDH superior aos países da África subsaariana, então só podemos esperar que a tendência torne a ser uma melhora ascendente.


Referências:
http://pascal.iseg.utl.pt/~cesa/files/Doc_trabalho/76.pdf - fonte principal
http://www.portalangop.co.ao/angola/pt_pt/noticias/africa/2014/6/30/Cabo-Verde-Desigualdades-sociais-custam-pais-desenvolvimento-humano,109448d2-4b5e-4819-93dd-33d2c6307dfd.html - fonte secundária




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Texto de Beatriz Salazar está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.

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